Este discurso foi elaborado pelo ministro Juca Ferreira para a solenidade de divulgação dos resultados do CNPC, que não foi lido na ocasião. Publicamos aqui porque reflete seu pensamento quanto à importância da participação nos processos de construção democrática de diretrizes de políticas públicas.
Um país com as nossas dimensões e a nossa diversidade precisa de muitos canais de comunicação consigo mesmo. Somente assim poderemos dar conta da multiplicidade de motivações dos nossos agentes culturais e de suas formas de associação, dos problemas que enfrentam, das possibilidades que se abrem à sua frente quando são postos em suas mãos os instrumentos e os veículos de que necessitam para se exprimir.
Estamos diante de um cenário de significativa participação, com alto nível de representatividade. O Conselho Nacional de Política Cultural retrata o olhar, a voz e o voto dos agentes culturais brasileiros. Na eleição anterior, em 2012, foram 6.600 inscrições para candidatos e eleitores. Agora, este número se elevou para mais de 70 mil. É o Brasil distante que se ergue e se torna visível de norte a sul. Impressiona-me aliás, que metade daqueles que se inscreveram sejam do Norte e Nordeste do Brasil. Vejo que adotamos uma dinâmica mais próxima do cidadão.
Vejo também que as pessoas não estão paradas à espera de uma ação governamental. Elas se organizam, elas vão à luta, elas produzem e criam, elas marcam sua presença nas mais diferentes áreas da cultura. E é o Governo que vai ao seu encontro para lhes dar a possibilidade de interferir nas políticas públicas, trazer sua opinião, sua contribuição e sua crítica.
Para a eleição deste ano, introduzimos algumas inovações visando uma maior abrangência, e um resultado que reflita melhor nossa realidade.
Passamos a incluir entre os inscritos os jovens com mais de 16 anos, na condição de eleitores.
Fizemos a simplificação dos cadastros, levando em conta que em muitos casos esse requisito se constitui num obstáculo para os que têm menos familiaridade com processos burocráticos.
Também diversificamos os canais de participação, que incluíram os meios digitais e também os encontros presenciais.
E a resposta que obtivemos foi a mais animadora possível. Em Belém, reunimos quase 700 pessoas numa quarta-feira. O Amapá surpreendeu a todos e foi capaz de reunir 1.300 pessoas naquele que foi o maior encontro presencial do país.
O novo Conselho que está surgindo através de todo este processo é um Conselho que reflete melhor o Brasil, que traz mais Brasil para dentro de si. Um Brasil mais diversificado, capaz de reduzir as enormes distorções centralizadoras que têm sido uma constante em nossa História político-administrativa.
Merece registro também a realização dos Encontros Descentralizados, promovidos em conjunto pela sociedade civil em parceria com Secretarias e Conselhos Estaduais de Cultura. Eles são mais um instrumento de aproximação dos agentes culturais de áreas mais remotas.
Queremos que esta discussão envolva o Brasil inteiro, e uma das nossas palavras de ordem é a pluralidade, a abrangência, o diálogo e a diferenciação, a cultura total como a soma de milhões de culturas únicas. Cada uma delas refletindo por um lado o seu aqui e agora, mas trazendo por outro a herança comum de todos nós. O Brasil tem diferentes passados se encontrando e dialogando pela primeira vez no momento presente. Cabe a eles escolher o nosso futuro. E para isso precisamos discutir, argumentar, deliberar, decidir. Para que cada um de nós se sinta em alguma medida alguém que foi tocado pela cultura de todos.
7 participações
Bom dia para todos e todas!
Gostaria de saber sobre o contato de vocês conosco, pois ainda nao tive nen huma informação sobre o encontro no Rio de Janeiro. Alguma informação sobre isso já?
Luiz Fernando.
Deixarei meu e-mail.
udmcs@hotmail.com
Olá
Eduardo Mattedi Werneck – Diretor – SAI/MinC, bom dia!
Pro gentileza gostaria de obter informações sobre o andamento do processo para nossa ida ao Rio, para a Eleição do Colegiado e do Conselheiro que nos representará no CNPC.
Já iniciaram os contatos com os delegados eleitos?
Prezados Carlitus e Luiz Fernando,
Todos os delegados eleitos para os colegiados que se reunirão no Rio já receberam suas passagens e informações sobre os trabalhos desta semana.
Caso permaneça alguma pendência peço ligarem para (61)2024- 2336. Nos encontraremos no Rio.
Abraço,
Mattedi
Olá, eu gostaria de saber quando vão convocar os candidatos eleitos para as primeiras reuniões.
Grato.
Venho falar por aqui porque sou Afro-Desendente , empatei e não sei qual foi o critério, faço parte do fórum de Artes Visuais de Pernambuco.
Prezado Elias,
Não se aplica critério de cota para a primeira vaga. O critério de desempate foi a idade, conforme previsto no edital . Para melhor entendimento sugiro a leitura do edital, em seus itens 5 e 8.6, que transcrevo aqui:
“5. DAS COTAS
5.1 Na etapa estadual, será eleito delegado estadual o candidato mais votado,
independentemente de gênero ou etnia.
5.2 Verificando-se as condições necessárias à eleição de mais de um delegado, na forma do item 4.3.3:
a) o segundo delegado eleito será a mulher ou candidato(a) afro-brasileiro mais bem votado;
b) o terceiro delegado será o(a) próximo(a) candidato(a) mais votado(a), da cota não contemplada no preenchimento da segunda vaga.
5.2.1 A eleição de uma afro-brasileira como segunda delegada, ensejará que a terceira vaga seja preenchida pelo próximo candidato mais votado, mulher ou afro-brasileiro.
5.3 A hipótese de o candidato mais votado ser mulher ou afro-brasileiro não afasta o regime de cotas previsto no item anterior.
5.4 Na etapa nacional, a composição dos colegiados setoriais respeitará representação mínima de 30% de mulheres e 20% de afro-brasileiros, sem distinção de titularidade e suplência.
5.5 Nas duas etapas, verificando-se a inexistência de candidatos que atendam aos critérios das cotas, as vagas remanescentes serão preenchidas pelos demais candidatos, por ordem de votação.
(…)
8.6 Em caso de empate nas eleições do Colegiado Setorial e dos representantes no Plenário do CNPC, terão precedência os candidatos com mais idade.”
Att.
Eduardo Mattedi Werneck – Diretor – SAI/MinC
O que nos falta é a consciência da maioria dos brasileiros, dentro de um conceito que até hoje temos de segregação étnica, esmagando a nossa origem e ignorando o que somos: frutos dos resultados étnicos, “De quanto vale? Ou é por quilo?” filme brasileiro que retrata o Brasil colonial no contexto atual.
Gostaria de discutir sobre uma integração real, não de um poder eurocentrista de submissão das nações indígenas, dos países do continente africano e dos países do continente asiático, como podemos falar em matriz africana? no meu ponto de entendimento se conhece o domínio de um povo através da gastronomia porque podemos exclui da história este povo, mas na gastronomia estarão vivos.
Atenciosamente,
Maxima